Partindo desse raciocínio sobre as quebras dos níveis que precedentes e posteriores à camada de estratégia, precisamos falar sobre a camada tática de produto. Que é o desdobramento direto da estratégia de produto, sendo o momento onde planejamos e priorizamos o que iremos executar.
O time de produto é basicamente o responsável por algumas etapas importantes:
- Planejar o produto: conectar as entregas do software entendendo a estratégia, visão de médio e longo prazo, se relacionando com as outras áreas e priorizando iniciativas;
- Construir o produto: estruturar, desenvolver, garantir escopo, prazo e qualidade;
- Manter o produto: visibilidade, alinhamento, roadmap, impactos;
- Evoluir o produto: pesquisar, analisar, monitorar, testar, desenvolver;
E como vimos, essas etapas precisam se conectar com o posicionamento estratégico pretendido pelo negócio. Não é uma opção. Se não soubermos claramente como um nível impacta o outro, estamos improvisando. Sei que é óbvio, mas ainda assim deve ser dito. Isso quer dizer que a priorização da empresa afeta diretamente nosso planejamento e construção de produto. Logo, não somos nós que definimos o que deve ser feito, mas o negócio. E quando eu digo o negócio, estou agrupando nesse termo uma série de pessoas, como:
- Acionistas: responsáveis por conseguir criar um grupo sinérgico (ou não), de negócios no seu portifólio, atendendo as demandas e oportunidades do mercado;
- C-Level e Board: que pode atender total ou parcialmente as demandas vindas dos acionistas, mas atendem primordialmente o mercado e seus clientes;
- Clientes: os quais são a interface entre o problema enfrentada e a solução que a gente cria. Entendendo o quão profundamente o problema está afetando os usuários, conseguimos construir soluções mais adequadas;
- Concorrência: lembre-se que precisamos trazer resultados para a empresa, sobretudo financeiros, por isso entender os movimentos da concorrência, nos ajuda a se posicionar melhor;
Esses grupos são os direcionadores para as áreas, de forma que devemos construir um produto, ouvindo as necessidades e percepções de todos esses níveis. Mas ainda entendo que existe uma visão muito deturpada no mercado, que enaltece demais a persona do usuário, se esquecendo que outros grupos também tem fortes expectativas.
A empresa existe pelo problema, não pelo usuário
O usuário é um co-criador de valor em parceria com você e o time. Ele não deveria estar no centro, mas ao lado, entendendo e ajudando a empresa a criar produtos mais valorosos para o mercado.