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Gestão e liderança de Produtos

Humildade para não perder a noção: PMs não são CEOs

PMs não conseguem atender às expectativas da empresa devido à falta de experiência ou à rigidez na forma de trabalhar, ou ambos.

Diego Eis

Para realmente crescer e ganhar autoridade, PMs precisam de uma mistura equilibrada de ambição e confiança, aliadas à responsabilidade impactar os resultados do negócio por meio da percepção que o usuário tem ao utilizar o produto.

Mas, aqui vai uma dica importante: humildade é um ingrediente chave. O título é apenas o começo, o respeito vem com o trabalho.

Sobre a analogia de PMs serem mini-CEOs (e eu sei que essa discussão é antiga demais), vamos lá: ela tem suas falhas.

Muitas vezes, levam os PMs a se comportarem como se fossem o topo da cadeia alimentar. Mas você já deve ter percebido que atualmente, a formação “educacional” da disciplina de gestão de produto de muitos PMs é superficial, geralmente se limitando a cursos de prateleira que prometem uma mudança drástica de comportamento, mas que mal arranham a superfície do que é preciso saber para atuar no dia a dia.

Isso leva a uma situação onde temos muitos PMs que não conseguem atender às expectativas da empresa, seja pela falta de experiência ou por serem rígidos com a forma de trabalhar… ou os dois motivos.

Sim, assim como os CEOs, os PMs devem ter uma compreensão aprofundada sobre o negócio para tomar decisões sólidas. E não só o PM, mas qualquer outra área da empresa.

No entanto, não confundamos os papéis: PMs não estão no comando de definir a estratégia, ou quais os grandes desafios que a empresa irá enfrentar, quais os investimentos faremos em iniciativas, os segmentos alvo, a estrutura organizacional ou as métricas de sucesso. E muitos desses aspectos, mesmo dentro do nível de produto, não são decididos por PMs.

Não que a analogia de PMs e CEOs esteja totalmente errada… talvez 90% dela posso até estar correta dentro de algumas proporções, mas essa pequena parte que resta, vai depender muito do contexto da empresa. Em grandes corporações, essa analogia já não se aplicará nunca. O papel do CEO nesse contexto é inimaginavelmente diferente do PM.

Em uma startup, essa comparação pode fazer mais sentido, onde muitas vezes o CEO ou fundador acaba agindo como PM. Mas eles fazem isso de forma temporária. PMs NUNCA farão o papel contrário. Mesmo que em empresas pequenas, o PM absorva muito mais responsabilidades que o normal, exatamente por causa do contexto inicial e caótico que é característico nesse tipo de ambiente. Mas atuar como CEO nunca vai acontecer.