Minha percepção é que as profissões dentro do mercado de tecnologia evoluem muito mais rápido do que outras. Existem várias hipóteses para justificar isso, como evolução rápida da stack tecnológica e dos métodos e processos utilizados no mercado. Só isso já faz com que os profissionais precisem se atualizar numa velocidade maior que em outros mercados.
A quebra em especializações é outro fator bem interessante que acontece com essas profissões. Se você percebe, todas as especialidades começaram aglutinando responsabilidades, depois tiveram alguns níveis de amadurecimento que criaram divisões e quebras de responsabilidades. Em alguns casos essa quebra faz sentido e foi bem benéfica, em outros casos, na minha opinião, prejudicou mais do que ajudou.
Um dos exemplos benéficos é da área de programação. No início só existiam programadores e pronto. Não quero pegar a timeline histórica muito longa, mas antes só existiam programadores. Geralmente desenvolvedores de software offline ou de hardware. Com a vinda de novas tecnologias como a internet e depois a web, a gente viu os programadores web surgirem.
Ainda no início eram só programadores, mas logo depois uma quebra surgiu, criando programadores back-end, depois front-end. E nessa também alguns já foram para área de arquitetura e infraestrutura. Hoje, programação está em toda parte que faz sentido. Mas não surgiu nenhum tipo de programador que só aperta um tipo de parafuso ou que faz só uma parte muito específica do processo que não pudesse ser feita dentro de um contexto completo. O que não é o caso de design.
Design, para mim, é o exemplo que não houve tantos benefícios. Houve uma linha muito parecida com os programadores. No início eram designers "offline" por assim dizer. Arquitetos entram nessa também. Tudo muito atrelado ao mundo físico. Mesmo aqueles que trabalham com design gráfico. Se você separar por contextos, essas quebras fazem muito sentido.
Quando a web veio, ainda continuou fazendo sentido com os designers dominando e controlando todo processo de design, desde sua descoberta, planejamento, aplicação, manutenção e evolução. Num passado recente isso se quebra em diversas micro-partes, onde seus contextos muito pequenos. Eu entendo que em alguns momentos existem necessidades de execuções muito específicas... mas o problema é que o mercado transformou disciplinas em contextos de execução. Isso vale para research, vale para writing e outros. Hoje, há um movimento de aglutinação dessas especialidades de novo, criando novamente um designer que entende do processo como um todo e sabe se adaptar à necessidade de cada projeto. Mas, esse é um assunto espinhoso, que nem todo mundo gosta de discutir com maturidade. Deixo para próxima.
Essa evolução de maturidade também aconteceu com Gestão. E nem quero me alongar muito, puxando o histórico lá de trás com nomes como Taylor. Quero começar a discussão a partir de agora, da nossa vida mais conhecida e recente. A Gestão de Projetos evoluiu e sofreu disrupções interessantes até chegarmos onde estamos agora.
A gestão de projeto se quebra
Quando falamos sobre gestão de projetos, nós imaginamos ao famoso PMO, Project Management Office, que tinha como principal função garantir que o projeto fosse entregue dentro do tempo, com o escopo pedido e sem furar o budget. Para garantir isso, métodos e frameworks de processos são aplicados e uma série de rotinas de report são feitos para garantir que todos estão alinhados quanto aos principais pontos do projeto.