Eu estava estudando sobre AGI e futuro do trabalho esses dias e encontrei o paper do Restrepo (junto com várias outras fontes incríveis). Esse paper me ajudou a expandir um pouco o assunto e principalmente a gerar alguns cenários.

Seu salário não é definido pelo que você produz. Nunca foi — mas na era da Inteligência Artificial Geral (AGI), essa ilusão finalmente desaparece. Quando máquinas puderem replicar qualquer trabalho humano usando poder computacional, seu valor econômico será determinado por uma equação simples: quanto custa, em unidades de processamento, fazer exatamente o que você faz.

A diferença entre ser substituído e ser replicável muda tudo. Obsolescência é quando você deixa de ter utilidade. Replicabilidade é quando você continua útil, mas qualquer um — ou qualquer coisa — pode fazer o mesmo por um preço. Na economia pré-AGI, trabalhadores especializados eram escassos e suas habilidades, insubstituíveis. Na economia pós-AGI, trabalho humano se torna abundante porque uma máquina pode reproduzi-lo a qualquer momento.

Essa distinção não é semântica. Ela redefine a matemática dos salários, transforma a lógica da produtividade e expõe um cenário: você pode continuar trabalhando, mas sua contribuição para o crescimento econômico vai tender a zero.

Participação do trabalho no PIB em economias avançadas caiu de 54% em 1980 para 50,5% em 2014. Fonte: Our World in Data

CEU: Sua Nova Medida de Valor

Economistas da Yale University propõem uma métrica chamada Compute-Equivalent Units (CEU): quanto poder computacional é necessário para replicar seu trabalho, medido em FLOPS (operações de ponto flutuante por segundo).

Compute — ou poder computacional — é a capacidade de processamento que sistemas digitais oferecem, englobando CPUs, GPUs, memória e infraestrutura. Seu custo dobra a cada 2,5 anos seguindo a Lei de Moore, tornando compute exponencialmente mais barato e abundante.

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